domingo, 15 de março de 2009

LA STRADA


SinopseGelsomina é vendida pela sua mãe a Zampano, um saltimbanco que percorre o país apresentando o seu famoso número da corrente. Ela torna-se sua assistente e entre eles inicia-se uma relação muito peculiar. Ao longo das suas viagens o par vai cruzando diversas personagens caricatas, entre as quais O Louco, um equilibrista-filósofo-poeta, que adora provocar Zampano. A violência com que o Zampano lhe reage acabará por decidir o trágico destino destas personagens.
Uma peça de teatro trágico-cómica livremente adaptada do filme de Fellini, com cinco actores e música ao vivo.
Uma história sobre a condição humana, a vida dura dos artistas, a redenção e a possibilidade de mudança. Sobretudo, sobre a verdade do amor.

A peça
La Strada é uma adaptação livre desta história intemporal. O contexto da miséria do pós-guerra italiano é igualmente adaptado para a sociedade de hoje. Queremos que o público identifique essa realidade, se identifique, reconheça as personagens, relembre esta história, se torne nosso cúmplice.

Esta cumplicidade está também presente na escolha dos espaços de representação. Preferimos salas de teatro não convencionais, sem a separação provocada pela “quarta parede”. A peça passa-se na totalidade do espaço, ao lado dos espectadores, integrando-os no cenário, aproximando-os das personagens, da peça, do Teatro.

O cenário é marcado pela sobriedade, despojamento e simplicidade. A peça apoia-se sobretudo no trabalho dos actores. Para a construção das personagens partimos de observações da realidade. O facto de nos basearmos em pessoas reais liga-nos - à peça, actores e público - à vida actual.
A música pode ser tocada ao vivo e tem como base o tema original do Nino Rota para o La Strada, visto que é parte integrante desta história, servindo de ligação entre as cenas e as personagens, ou de contraponto, criando uma cumplicidade entre a memória de quem viu o filme e a peça.

O individualismo, típico das sociedades contemporâneas, é representado pelo ensimesmado Zampano. A sua rudeza, a aparente incapacidade de amar e o seu desejo de solidão, restringindo qualquer relação possível a um aspecto utilitário, levam-no à perdição. Contudo, a redenção é possível graças ao reconhecimento da sua própria situação, transmitindo uma mensagem de esperança e fazendo uma análise da vida actual e do comportamento humano.

O contexto da difícil vida de artista é aqui abordado propositadamente, visando criticar as duras condições que se vivem em Portugal nessa área.

Objectivos
Queremos falar daqueles que ali estão, dos seus encontros e confrontos, segredos e conflitos, e, simultaneamente, falar de pedaços da vida de todos nós. Não querendo ser moralizadores, não pretendemos apresentar um espectáculo vazio que seja pura diversão. Há uma profunda mensagem de esperança, um duro retrato da sociedade, perceptível entre a algazarra e a felicidade aparente do clima de festa que percorre toda esta história. Procuramos criar e formar novos públicos, e destacamos o papel transformador e positivo da mensagem transmitida.
Estreou na Comuna (Lisboa) em Março 2008; seguiu-se o Plano B no Porto, Tertúlia Castelense na Maia, Fábrica da Pólvora em Barcarena.

Ficha Artística:

Encenação: Luísa Ortigoso
Texto: Federico Fellini, Tulio Pinelli
Elenco: Gonçalo Lello, Maria Eduarda Dias, Tiago Aldeia, Helena Veloso, Joana Cotrim
Tradução, adaptação, dramaturgia: Maria Dias
Produção: Royal Teatro Livre
Música: Carlos Azevedo
Design: Hugo Colares Pinto


Reposição em 2010...